segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Castel Puyol Tannat Reserva 2008


Hoje, vamos direto ao assunto:

1. FICHA TÉCNICA 
-- Produtor: Bodegas Carrau
-- Denominação de Origem: Não tem.
-- Uvas: Tannat (é um monovarietal, o que, obviamente, quer dizer que só tem uma uva na sua composição)
-- Teor alcoólico: 13.5%
-- Ano: 2008

2. MINHAS NOTAS DE DEGUSTAÇÃO (chique, hein?)
-- No nariz: complexidademédia-alta, aroma misto de aniz, ameixa e melado
-- Na boca: muito aveludado, gostos de café e canela (leves), gosto predominante de aniz e licor de cereja, embora não muito doce.
-- Retrogosto: cítrico, algo como pomelo rosado (inusual para um vinho tinto, eu sei, mas interessante, não?).

3. ONDE COMPREI E PREÇO
-- Supermercado Zona Sul da Av. Bartolomeu Mitre
-- Preço: R$ 29,80

4. ALGUNS COMENTÁRIOS (e dicas de harmonização)
Neste caso, temos uma uva tipicamente produzida no Uruguai, mas oriunda da França – a uva Tannat.
Algumas uvas de origem europeia se aclimatam melhor no chamado Novo Mundo (ou seja: qualquer lugar que não seja a Europa). A mais famosa talvez seja a uva Malbec, que se tornou símbolo da Argentina, especialmente da região produtora de Lujan de Cuyo, na província de Mendoza, ao leste. A uva Carmenère também faz sucesso no Chile (embora eu, pessoalmente, ache esse sucesso infundado: a maioria dos Carmenère chilenos, salvo alguns raros e de preços exorbitantes, tem gosto de terra).
Assim como a Malbec, a Tannat é uma uva que costuma agradar e combinar bem com o tipo de comida associada com a região: carne vermelha, normalmente grelhada em altas temperaturas. Por isso, a combinação óbvia de um vinho Tannat é com carnes vermelhas – tanto grelhadas em altas temperaturas (calor seco) ou cozidas/braseadas em temperatura fixa por longos períodos (calor úmido).
No entanto, como para qualquer vinho, a harmonização depende da complementação de gostos. O retrogosto cítrico desse vinho, por exemplo, faz com que ele possa ser um bom acompanhamento para peixes gordurosos (como salmão ou cherne), especialmente assados ou acompanhados de gostos mais agridoces (como compotas, capim-limão, tomilho).
De modo geral, em termos de custo-benefício, é um belíssimo vinho. Aliás, busquem a uva Tannat: em tempos de alta do preço do vinho argentino, é um ótimo competidor, normalmente de preço mais baixo e bastante regular em termos de qualidade.

6 comentários:

  1. João,
    Vc achou esse vinho com algum gosto de destilado (licor)? Eu não gosto desses mais pesados. Vc nao gosta de queijo, eu sei, mas esse seria um bom acompanhamento para os queijos mais fedorentos?
    Bjs,
    Jana.

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    1. Jana,

      ele tem um gosto que lembra licor de cereja (Maraschino). Não quer dizer que seja um vinho licorado (que são vinhos com subfermentação ou adição de licor, mesmo -- e, por isso, normalmente são doces). Este é um vinho de mesa seco, normal. A nota de licor faz parte do gosto do vinho (na minha prova, claro).

      Sobre o queijo, na verdade, na literatura, os queijos parecem ser mais adequados para vinhos brancos, exceto algumas combinações consideradas clássicas (eu confesso não me lembrar agora de nenhuma). Acho que esse vinho não ia bem com um queijo muito fedorento, mas acho que cairia bem com um que tivesse um gosto mais amendoado.

      Beijo.

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    2. Ah, tá. Outro dia provei um vinho desses meio destilados e era branco - quer dizer, de tipo branco, mas a coloração dele era um amarelado forte; eu girava o copo e ele demorava pra escorrer pro fundo do copo. O tal foi servido como par dos queijos fedorentos. E pensei que esse era meio destilado, por isso a pergunta. Vou ver o nome desse vinho branco com ares destilados a próxima vez que passar perto desse restaurante e faço uma nota pra vc depois. Bjs e obrigada!

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  2. Joao, vc deveria saber, se ainda não sabe, escolher vinhos para acompanhar queijos (fedorentos ou não).
    Ah! Só a título de estudo, vc pode comer (ou cheirar) aquele holandês que deixei na gaveta!
    Bjs

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