-- Produtor: Bodegas Coviñas
-- País: Espanha
-- Denominação de Origem: Utiel Requeña
-- Uvas: Tempranillo (100%)
-- Teor alcoólico: 12,5%
-- Ano: 2011
2. MINHAS NOTAS DE DEGUSTAÇÃO
-- No nariz: complexidade média-alta, aromas de ameixa
fresca, framboesa, pimenta-do-reino e um toque de cravo
-- Na boca: textura forte e macia, gosto predominante de
ameixa com um toque de framboesa e pimenta.
-- Retrogosto: chocolate
3. ONDE COMPREI E PREÇO
-- wine.com.br (reservas e compras temporariamente
esgotadas)
-- R$ 25,00
4. ALGUNS COMENTÁRIOS (e dicas de harmonização)
Esse vinho demonstrou os meus argumentos principais ao
começar este blog: não é preciso gastar muito dinheiro para tomar bons vinhos, e
a qualidade do vinho, quando varia em função do preço, não varia na proporção
do preço maior.
Numa competição de degustação às cegas (onde os jurados não
veem o rótulo nem nenhuma informação sobre o vinho que estão bebendo), na
Inglaterra (tradicional formadora de sommeliers e enólogos), esse vinho ganhou
a medalha de prata. O detalhe é que ele custava pouco menos de 4 Libras
Esterlinas (em torno de R$ 12,00) e era vendido apenas em uma rede de
supermercados. Sem pontuação nas revistas especializadas, sem pontuação no
catálogo de Robert Parker. Para piorar tudo, o vinho é de uma região pouco
famosa por vinhos, a região de Utiel Requeña, perto de Valência, no leste de
Espanha, não muito perto do Norte, onde há a famosa região de Rioja.
O vinho, na minha degustação, é muito bom, realmente.
Praticamente sem taninos (aquela sensação adstringente e pegajosa na boca, que
lembra, quando muito forte, caqui verde – “cica”), com aromas e gostos que
misturam um pouco os vinhos de Bordeaux com toques de vinhos da América do Sul
(principalmente Argentina), é um vinho bastante completo. Pode, inclusive, ser
tomado sem qualquer comida ou aperitivo, coisa pouco comum para vinhos espanhóis.
Boas dicas de acompanhamento, se for o caso, incluem carnes
vermelhas, frango bem temperado e, claro, “tapas” espanhóis. Aqui, ele
combinaria bem até com peixes aperitivos, como sardinha ou anchova. Uma
excelente pedida seria tomá-lo com pães e “sardella” (aquela pasta italiana
feita à base de tomate, sardinha e azeite).
Não é um vinho espetacular e épico, na minha opinião – como a
sua história sugere. Mas é um vinho excelente, por um preço igualmente
excelente. E provou que, ao menos, compete com vinhos muito mais caros do que
ele. Preço não é tudo.
P.S.: Quem está no Brasil, por enquanto, não terá
oportunidade de comprar esse vinho. Mesmo assim, quis colocá-lo aqui no blog, até
pela força simbólica da sua história. Para os meus leitores que estão na Europa
(estou ficando muito chique...), vale a pena procurar por aí.