terça-feira, 20 de novembro de 2012

Toro Loco 2011


1. FICHA TÉCNICA

-- Produtor: Bodegas Coviñas
-- País: Espanha
-- Denominação de Origem: Utiel Requeña
-- Uvas: Tempranillo (100%)
-- Teor alcoólico: 12,5%
-- Ano: 2011


2. MINHAS NOTAS DE DEGUSTAÇÃO
-- No nariz: complexidade média-alta, aromas de ameixa fresca, framboesa, pimenta-do-reino e um toque de cravo
-- Na boca: textura forte e macia, gosto predominante de ameixa com um toque de framboesa e pimenta.
-- Retrogosto: chocolate

3. ONDE COMPREI E PREÇO
-- wine.com.br (reservas e compras temporariamente esgotadas)
-- R$ 25,00
 
4. ALGUNS COMENTÁRIOS (e dicas de harmonização)
Esse vinho demonstrou os meus argumentos principais ao começar este blog: não é preciso gastar muito dinheiro para tomar bons vinhos, e a qualidade do vinho, quando varia em função do preço, não varia na proporção do preço maior.
Numa competição de degustação às cegas (onde os jurados não veem o rótulo nem nenhuma informação sobre o vinho que estão bebendo), na Inglaterra (tradicional formadora de sommeliers e enólogos), esse vinho ganhou a medalha de prata. O detalhe é que ele custava pouco menos de 4 Libras Esterlinas (em torno de R$ 12,00) e era vendido apenas em uma rede de supermercados. Sem pontuação nas revistas especializadas, sem pontuação no catálogo de Robert Parker. Para piorar tudo, o vinho é de uma região pouco famosa por vinhos, a região de Utiel Requeña, perto de Valência, no leste de Espanha, não muito perto do Norte, onde há a famosa região de Rioja.
Algumas notícias sobre esse vinho podem ser vistos aqui, aqui e aqui.
O vinho, na minha degustação, é muito bom, realmente. Praticamente sem taninos (aquela sensação adstringente e pegajosa na boca, que lembra, quando muito forte, caqui verde – “cica”), com aromas e gostos que misturam um pouco os vinhos de Bordeaux com toques de vinhos da América do Sul (principalmente Argentina), é um vinho bastante completo. Pode, inclusive, ser tomado sem qualquer comida ou aperitivo, coisa pouco comum para vinhos espanhóis.
Boas dicas de acompanhamento, se for o caso, incluem carnes vermelhas, frango bem temperado e, claro, “tapas” espanhóis. Aqui, ele combinaria bem até com peixes aperitivos, como sardinha ou anchova. Uma excelente pedida seria tomá-lo com pães e “sardella” (aquela pasta italiana feita à base de tomate, sardinha e azeite).
Não é um vinho espetacular e épico, na minha opinião – como a sua história sugere. Mas é um vinho excelente, por um preço igualmente excelente. E provou que, ao menos, compete com vinhos muito mais caros do que ele. Preço não é tudo.
P.S.: Quem está no Brasil, por enquanto, não terá oportunidade de comprar esse vinho. Mesmo assim, quis colocá-lo aqui no blog, até pela força simbólica da sua história. Para os meus leitores que estão na Europa (estou ficando muito chique...), vale a pena procurar por aí.